Ressocialização e Elize Matsunaga: entenda a polêmica
No ano de 2012, Elize Matsunaga foi condenada pela morte e esquartejamento do marido e empresário, Marcos Kitano Matsunaga. Condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, conseguiu a liberdade condicional em maio de 2022.
Após várias polêmicas derivadas da publicação do documentário na plataforma de streaming Netflix, recentemente, a ex detenta foi o centro de atenção da mídia. Todavia, nesta nova oportunidade, o cerne da questão foi diferente: a paraense está trabalhando como motorista de aplicativo.
A discussão, então, circundou também acerca do instituto de ressocialização. Vamos juntos entender melhor?
Quem é Elize Matsunaga?
Marcos Matsunaga, herdeiro da Yoki, foi morto, esquartejado e teve seus restos mortais espalhados em sacos plásticos no interior de São Paulo, há mais de 10 anos, por sua esposa à época, Elize Matsunaga. Foi o que concluíram as investigações que levaram a levaram à condenação de 19 anos e 11 meses por homicídio e ocultação de cadáver.
Por cumprir os devidos requisitos, a viúva conseguiu sua liberdade condicional, 10 anos depois de sua condenação. Temos um post explicando a instituição de tal concessão de benefício aqui no blog. Para saber mais, leia aqui.
A mais nova polêmica
Depois de viralizar um print mostrando Elize como motorista de aplicativo, as pessoas se dividiram entre duas opiniões: de um lado, há os que acreditam ser um absurdo alguém condenado pelo crime, nas condições em que ela foi, volte a viver normalmente; do outro, os que defendem a oportunidade de reaver sua vida, na medida em que cumprem o que lhes é devido.
Essa segunda opinião se baseia em quem tem como base o projeto de ressocialização do preso. É através deste plano de reintegração no Sistema Prisional visa resgatar a dignidade humana e a autoestima do condenado.
Partindo de uma perspectiva sociológica, ressocializar é reinserir um indivíduo que, por algum motivo, foi retirado do contexto social, de volta em seu meio. O grupo de ações também visa recolocar, no próprio sujeito, conhecimentos, táticas e práticas que possibilitem este a retornar às suas atividades normais e socialmente compartilhadas.
Este instituto é de suma importância para que os encarcerados possam seguir com a vida, paralelamente ao seu cumprimento de pena. No Brasil, não há sanções de caráter perpétuo. Desta forma, é de se esperar que, ao pagar o que deve, da forma estipulada em lei, o cidadão possa dar continuidade a sua vida.
A priori, este dever pertence ao próprio sistema carcerário. Contudo, é bastante falho e a sociedade, como um todo, reluta em aceitar um ex detento em locais de ações comuns às demais pessoas.
A polêmica em torno de Elize ilustra bem toda a problemática. Apesar de tudo, a avaliação da mesma em sua nova plataforma de trabalho é positiva. O aplicativo Maxtim confirmou que a tem como colaboradora em seu sistema, que não checa antecedentes criminais e que ela é bem avaliada pelos usuários.
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