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TJDFT aprova autodeclarado negro com cota, mas reprova na AGU

Gabryelle Araujo
Por:
Publicado em 08/05/2024, às 13:10 Atualizado em 08/05/2024 às 13:13

Iure Marques de Sousa, servidor público de Brasília e autodeclarado negro e já concursado pelo TJDFT, acabou sendo reprovado pela banca de heteroidentificação de um outro concurso, que se trata da Advocacia-Geral da União, onde o mesmo recebeu a sua negativa no início da semana, sendo surpreendido pelo resultado.

Levando em consideração o fato de já ter sido aprovado anteriormente no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Iuri diz: “A pessoa não é deslocada de uma raça para outra em um intervalo de anos”. Visto que sentido nenhum faz o candidato ter sido reconhecido como negro anos atrás e na presente data, ser reprovado.

Após passar por todas as etapas do concurso, como prova objetiva, discursiva e oral, o servidor precisou passar pela banca de heteroidentificação, onde não foi reconhecido como pessoa negra. O que intriga ainda mais, é o fato do concurso da AGU foi organizado pela banca cebraspe, que anos atrás o avaliou apto para o sistema de cotas, em meados de 2009, quando o mesmo foi aprovado no sistema de cotas para ingressar na faculdade de Direito em Brasília, a UNB.

“É dilacerante o sentimento de você não ter a confirmação da sua própria identidade, que você construiu ao longo de toda sua vida. De repente, uma banca tira isso de você. Sou a favor das bancas de heteroidentificação, esse é um mecanismo importante para a política de cotas. Mas fica um sentimento de injustiça, principalmente pela aparente falta de critério da banca. Eu não estava querendo me aproveitar de cotas, eu estava exercendo um direito que me cabe.”

Explicando o processo

Segundo o relato de Iure, ao chegar na banca de heteroidentificação, os avaliadores solicitaram apenas a autodeclaração do mesmo e gravaram um vídeo, mas não chegaram a fazer perguntas, como fizeram anteriormente com ele, em outros processos. Após obter a sua negativa ao seu direito ao sistema de cotas, Iure interpôs recurso, mas novamente obteve seu direito negado.

O servidor alega também que não tem a intenção de oferecer denúncias sobre os aprovados e reprovados no concurso, mas sim, fomentar o debate em torno das bancas de heteroidentificação e dos critérios usados.

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Gabryelle Araujo
Por:
Jornalista

Estudante de Direito

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