Mulheres que Inspiram: Mayara Tachy, Defensora Pública do DF
Hoje, 8 de março, celebramos o Dia Internacional das Mulheres. E nada mais justo que aproveitar esse momento para ressaltar a trajetória de mulheres que inspiram. Por isso, você terá acesso a uma série de matérias, produzidas com base em entrevistas realizadas com professoras CERS, que se destacam por sua coragem e resiliência, mas especialmente por serem quem são.
E, para iniciar essa série inspiradora, entrevistamos a professora Mayara Tachy, Defensora Pública do Distrito Federal, que nos demonstra a sua perspectiva diante dos desafios ainda hoje enfrentados pelas mulheres.
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Avanços e desafios em termos de igualdade
É inegável que, como sociedade, já tivemos muitos avanços que buscam garantir a igualdade entre homens e mulheres. Contudo, infelizmente, as mulheres ainda precisam superar diversos obstáculos para alcançar seus objetivos. Diante do tema, Mayara Tachy, professora de Direito Processual Penal com ampla atuação no Tribunal do Júri, ressalta:
“É inegável que avançamos em termos de igualdade, mas ainda falta um longo caminho. Pode não se perceber isso no serviço público, por um dever de moralidade e isonomia que obriga o Estado a pagar salários iguais, sem distinção de sexo, mas ainda há um desequilíbrio imenso na renda média entre homens e mulheres, especialmente se estas forem negras. O mercado ainda vê certas profissões e carreiras como eminentemente masculinas ou femininas, limitando o potencial feminino em várias searas.
Ademais, a Defensora também ressalta diversas problemáticas que, infelizmente, atingem também o setor público, como o assédio e a discriminação:
“Além disso, a incidência de assédio moral e sexual é muito maior entre as vítimas mulheres (e nesse aspecto, o serviço público não escapa). Não se pode esquecer ainda de questões específicas femininas, como a gravidez, que interferem em muitos aspectos, como promoções e designação para cargos disputados nas instituições. A discriminação ainda ocorre, ainda que de forma velada, infelizmente.”
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Influência de ser mulher na Defensoria Pública
Além dos aspectos que falamos acima, também vale refletir se há alguma influência direta do fato de ser mulher na atuação no setor público, especialmente na Defensoria Pública. De acordo com a professora, há desafios, mas também consequências positivas:
“Apesar dos desafios de ser mulher em um Judiciário eminentemente masculino, que aumenta o desafio em ser uma profissional de excelência, pois a mulher não pode jamais ser uma profissional mediana, entendo que há maior sensibilidade na nossa atuação diária, e isso é uma herança cultural antiga. Somos educadas para valorizar o afeto e isso nos garante maior empatia no trato com os assistidos da Defensoria e maior sensibilidade para tratar questões delicadas. Não é à toa que a Defensoria Pública é a carreira que possui maior quantidade de mulheres no sistema de justiça.”
O sonho de ser Defensora Pública
Sabemos que os objetivos dos concurseiros são os mais diversos, mas todos buscam vivenciar o momento de tomar posse no cargo dos sonhos. Diante disso, a Defensora demonstra a sua gratidão em sua atuação e deixa um recado aos que sonham com a carreira:
“Não desistam! A carreira da Defensoria Pública é linda e nos preenche de gratidão. É uma honra ganhar a vida ajudando as pessoas a receberem dignidade e justiça todos os dias. Não me vejo fazendo outra coisa.”
Apesar de todos os obstáculos existentes ainda hoje, precisamos celebrar todos os avanços, além de permanecer lutando para que a igualdade se torne real, garantindo às mulheres os lugares que lhe são devidos: onde quiserem estar!
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