Defensor Público: por que prestar concursos para a carreira?
Os concursos para Defensor Público são bastante concorridos, tanto pela quantidade de vagas disponibilizadas anualmente, quanto pela qualidade dos cargos, com salários e condições de trabalho bastante interessantes para quem está nesta caminhada rumo à aprovação.
A carreira de Defensor Público está dentre as mais nobres Carreiras Jurídicas. A alta concorrência faz com que o ingresso na carreira exija uma preparação ainda maior.
Para iniciar, é importante conhecer um pouco mais sobre o cargo e entender, dentre outros fatores, quais as suas maiores dificuldades. Isso te deixará um passo à frente, antes mesmo de começar a sua caminhada nos estudos!
Confira!
Como funciona a carreira de Defensor Público?
Os defensores públicos, que devem ser aprovados por meio de Concurso Público de Provas e Títulos, são os membros da Defensoria Pública que que têm independência funcional para atuar na defesa dos interesses dos assistidos, prestando-lhe assistência jurídica integral, inclusive quando a parte contrária é o próprio Estado
As atribuições do defensor públicos podem ser elencadas, segundo a Constituição, como:
– A orientação jurídica;
– A promoção dos direitos humanos;
– A defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos.
Também são funções institucionais da Defensoria, segundo a Lei que a regulamenta:
– Promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando à composição entre as pessoas em conflito de interesses;
– Promover a difusão e a conscientização dos direitos humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico;
– Exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa e o contraditório em favor de pessoas naturais e jurídicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos os órgãos e em todas as instâncias;
– Promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;
– Exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado;
– Executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores.
A Defensoria presta tais serviços de assistência jurídica de forma integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos. Abrange a Defensoria Pública da União, a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e as Defensorias Públicas dos Estados.
Quais os pré-requisitos?
É preciso cumprir alguns requisitos básicos para ingressar no cargo de Defensor, como:
– Ter nacionalidade brasileira ou portuguesa e, em caso de nacionalidade portuguesa, estar amparado pelo estatuto de igualdade entre brasileiros e portugueses, com reconhecimento de gozo de direitos políticos, nos termos do § 1º, artigo 12, da Constituição Federal
– Estar em dia com as obrigações eleitorais;
– Apresentar certificado de reservista ou de dispensa de incorporação, em caso de candidato do sexo masculino;
– Possuir diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior de bacharelado em Direito, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação;
– Estar inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil na data de posse;
– Ter, no mínimo, dois anos de prática forense;
– Ter idade mínima de 18 anos completos na data de posse;
– Ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo;
– Cumprir as determinações do edital;
– Não estar cumprindo sanção por inidoneidade, aplicada por qualquer órgão público ou entidade da esfera federal, estadual ou municipal;
– Não ter antecedentes criminais, não estar respondendo a processo penal, nem estar sendo investigado em inquérito policial.
Para ingressar na carreira de defensor público, você precisa ter a formação indicada para a carreira: Nível Superior em Direito. Além disso, é preciso a comprovação de um tempo de atividade jurídica para alguns estados, podendo ser de dois ou três anos, não havendo um consenso entre as defensorias dos estados a respeito dessa exigência e de como ela deve ser realizada.
Primeiramente, o significado de “atividade jurídica” ainda gera muitas dúvidas entre aqueles que almejam ingressar nessa carreira e merece explicações.
Atividade jurídica é aquela desempenhada exclusivamente por um bacharel em Direito, constituindo, segundo a lei, o “efetivo exercício da advocacia, cargo, emprego ou função, exercida após a obtenção do grau de bacharel em Direito”.
Caso o candidato tenha exercido atividades em um cargo fora da área judiciária, deverá fornecer uma certidão descrevendo essas atividades, emitida pelo órgão ou instituição em que atuou, à comissão do concurso para que ela possa avaliar se tal atividade pode ser enquadrada como jurídica.
No caso da Defensoria da União, o Defensor inicia como Defensor de 2º categoria, podendo ascender a outros cargos, como disposto no artigo 19 da Lei Complementar n. 80 de 1994:
Art. 19. A Defensoria Pública da União é integrada pela Carreira de Defensor Público Federal, composta de 3 (três) categorias de cargos efetivos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009)
I – Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial); (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
II – Defensor Público Federal de 1ª Categoria (intermediária); (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
III – Defensor Público Federal de Categoria Especial (final). (Redação dada pela Lei Complementar nº 132, de 2009).
Qual a remuneração?
Veja a tabela de remuneração inicial dos concursos mais recentes da Defensoria Pública do Estado:
Concurso Público |
Remuneração |
Defensoria Pública do Estado de São Paulo (2019) | R$ 25.685,00 |
Defensoria Pública do Estado de Roraima (2020) | R$ 24.681,59 |
Defensoria Pública do Estado do Espírito Santo (2020) | R$ 10.395,30 |
Defensoria Pública do Estado do Paraná (2020) | R$ 14.294,12 |
Defensoria Pública do Estado de Goiás (2020) | R$ 27.174,27 |
Defensoria Pública do Estado do Tocantins (2020) | R$ 26.000,00 |
Como é a prova?
O concurso de defensor público possui várias fases até a aprovação:
– Prova Objetiva: Composta por questões, que podem ser de múltipla escolha ou “CERTO ou ERRADO”.
– Prova Discursiva: Via de regra, as provas discursivas para Juiz são compostas por questões discursivas sobre determinados assuntos e provas para elaboração de peças jurídicas.
– Prova Oral: Trata-se de arguição oral do candidato realizada pela comissão do concurso sobre o conhecimento técnico acerca das matérias cobradas. Avalia-se, em regra, o domínio do conhecimento jurídico, a adequação da linguagem, a articulação do raciocínio, a capacidade de argumentação e o uso correto do vernáculo.
Os certames ainda podem contar com etapa de avaliação de títulos, de caráter classificatório.
Como se preparar?
O concurso para Defensoria Pública requer um conhecimento extenso de diversas áreas do direito, bem como de diferentes estilos de prova. Assim, é essencial estudar de forma geral e direcionada as disciplinas estabelecidas no edital, praticando intensamente questões de provas anteriores.
Além disso, é essencial conhecer a bem banca do seu concurso e como são as questões que já foram produzidas por ela.
Apesar de ser um concurso que demanda muito esforço e até mesmo muitas tentativas até a aprovação, se você tiver determinação e não desistir, com certeza alcançará o tão almejado cargo de Defensor Público.
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Boa sorte!
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