Carnaval Concurseiro

Só quem é concurseiro sabe o trabalho que dá pra estudar todos os assuntos presentes nos conteúdos programáticos. Mas eis que a maratona de videoaulas, de revisões e da resolução de questões encontra pela frente festas em todo o país: barulho na rua, marchinhas de carnaval dentro de casa, todos querem cair na folia.

É nesse momento que o concurseiro fica se perguntando: aproveitar o tempo extra para estudar ou brincar o carnaval como se não houvesse o próximo edital? Mas afinal, poderá você, nobre candidato de algum concurso aberto, curtir a folia carnavalesca sem que isso prejudique a sua rotina/maratona de estudos?

O que dizem os concurseiros

Bem, a julgar de alguns candidatos mais eufóricos, nada de escola de samba, nada de frevo nem de marchinhas. O negócio é videoaula, lápis e papel na mão:

“Carnaval? Nem me viu, nem me vê (risos). Deixei de curtir há algum tempo, desde que decidi ir fazendo um concurso atrás do outro. Não me faz falta, pelo menos não tanto quanto os assuntos que deixaria de estudar me fariam se estivesse no bloco”, afirma o concurseiros Márcio Andrade.

“Desligo o celular (risos). Meu namorado vem pra minha casa e, enquanto eu estudo, ele fica fazendo outra coisa e assim é o meu carnaval. No máximo verei a apuração das escolas de samba na TV e vou torcer para Beija-Flor”, comenta a estudante Laura Maria.

“É um ‘não vai dar’ aqui, outro ‘não vai dar’ ali. Mas é assim mesmo. Eu sigo com o pensamento que depois que passar poderei passar o Carnaval em qualquer lugar que quiser e assim vai ser. Enquanto isso, nada de festa. Só estudar mesmo”, comenta Abimael Rodrigues.

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O que diz a psicologia

Mas afinal, esse frenesi todo, a obstinação de não ceder nenhuma horinha da celebração carnavalesca para a folia, é positiva ou negativa? Bem, para a psicóloga Fernanda Trevas é necessário dosar a preparação com o descanso:

“O concurseiro pode dar uma equilibrada para diminuir o stress, principalmente para que a ansiedade não aumente a ponta dela pensar pensar ‘eita, deixei o carnaval então de qualquer jeito eu tenho que passar nesse concurso’, isso pode gerar um medo ainda maior em relação à prova, prejudicando assim o seu rendimento. Se gostar de carnaval, o estudante pode aproveitar pelo menos dois dias de festa”, afirma.

A psicóloga ainda aproveita para deixar um conselho:

“É importante que o concurseiro possa dar uma paradinha, seja esta para curtir o carnaval ou não. É através dela que ele poderá recuperar o fôlego para continuar os estudos”, conclui Fernanda.

É, então para o Márcio, a Laura, o Abimael e todos os outros que estão pensando em passar todo o carnaval estudando, é válido parar e meditar se, em ao menos um dia, não é importante sair do quarto e sentir o cheiro da alegria dos foliões, dançar ao som das musiquinhas que tocam todo ano, desligar um pouco a mente das preocupações concurseiras para, 24 horas depois, religa-la com todas as baterias carregadas. Não dê espaço para que a preparação para o concurso que você quer se transforme em martírio. Estude, mas estude com qualidade de vida. Cuide de garantir o seu “eu” no futuro, sem desfalecer o seu “eu” do presente.

*Texto originalmente publicado por Amanda Melo

Um pouco de humor

Depois de tudo, resta a pergunta: quem vai passar o carnaval estudando?

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