Horas de sono, alimentação, atividade física, momentos de lazer e cronograma flexível ou estudo por ciclos são excelentes caminhos para a conquista desse diferencial
Os concursos para carreiras fiscais estão posicionados entre aqueles cujas provas se classificam como sendo de “alto rendimento”. Verdade que isso não é, nem minimamente, motivo para se entrar em pânico, até porque, ao longo desta série de artigos, enumeramos diversas razões para você compreender que concorrer a cargos na área fiscal não é “bicho de sete cabeças”. Algumas delas: uma só preparação para várias oportunidades, número de candidatos por vaga é irrelevante, não é preciso chegar sequer perto de gabaritar as provas e você concorre apenas contra você mesmo.
Porém, essa tranquilidade que procuro passar não significa que as provas a serem enfrentadas serão fáceis. Quão menos libera você de uma preparação consistente o suficiente para chegar aos concursos confiante, focado(a) e dominando os conteúdos com segurança.
Para tanto, é necessário manter o cérebro naturalmente ativo, estabilidade psicológica e equilíbrio emocional, estados que começam, necessariamente, por um corpo descansado e sadio. Atualmente, a famosa citação latina mens sana in corpore sano (mente sã em um corpo são) está cientificamente comprovada. Alimentação inadequada, defasagem nas horas de sono e sedentarismo detonam com o rendimento do ser humano no desempenho de qualquer atividade intelectual. Por outro lado, a Ciência também demonstra que alimentação correta e saudável, atividade física regular e horas de sono suficientes constituem uma tríade infalível para o bom funcionamento do cérebro. Tudo isso tem que ser considerado no planejamento dos estudos para um concurso de alto rendimento, como são os que você vai prestar na área fiscal.
Leia também:
Administração dos estudos para área fiscal
Auditor de Tributos: iniciando uma estratégia campeã pelas disciplinas fundamentais
Auditor Fiscal de Tributos: uma preparação e muitas oportunidades
Tenho que cumprir 4, 5… 8… 10 horas por dia e não posso sair nadinha dos minutos de início e final do horário de cada matéria? Um horário engessado de estudos é uma armadilha em que não se pode cair. Não adianta estudar com o corpo exausto, pois o grau de assimilação é baixíssimo. Além disso, é perfeitamente lógico defender que estudar cansado, com pouca assimilação, vai causar uma elevação dos níveis de estresse e, pior, na hora de aferir o domínio do conteúdo via resolução de questões, um provável baixo desempenho generalizado pode trazer falta de confiança e, consequentemente, desequilíbrio emocional.
Por essas e outras, você não pode ter horário fixo de estudos, sendo a melhor estratégia estabelecer um calendário de preparação com flexibilidade nos horários, o que lhe abre as seguintes possibilidades: 1) acelerar nos momentos em que está mais descansado e tirar o pé do acelerador quando o cérebro e o corpo estiverem pedindo; 2) ter em mente que não há horas e minutos fixos e sacramentais a cumprir, mas, sim, ciclos a serem vencidos sem engessamento nos horários, porém, com observância dos períodos reservados para cada matéria, objetivando-se que, ao final de cada ciclo, tenham sido percorridos os conteúdos pela distância necessária a se obter, efetivamente, o progresso esperado; 3) compensar e recuperar em outros horários espaços do calendário inesperadamente comprometidos com eventuais imprevistos, que ocorrem na vida de qualquer pessoa, tais como doenças, convocações de trabalho, visitas inesperadas, demandas dos filhos, necessidade de um descanso adicional para recuperar horas de sono perdidas, uma viagem de lazer etc.
Por fim, deve-se, também, tomar cuidado com a monotonia, o alheamento social e a ausência de espairecimento da mente. A respeito desses fatores, algumas atitudes extremamente arriscadas e nada recomendáveis para o psíquico do concurseiro podem ser: 1ª) a excessiva quantidade de horas seguidas ou semanais dedicadas a uma só matéria; 2ª) o abandono completo do convívio social e familiar; 3ª) a exclusão de toda e qualquer atividade de lazer ao longo do período de preparação. Isso tudo exceto em casos muito específicos e por períodos bem curtos, a exemplo de uma reta final que preceda a data da prova ou a necessidade de estudar com mais afinco e determinação uma disciplina ou conteúdo fora dos planos, que tenha apareceu de maneira surpreendente no edital.
Claro que, ninguém que pretenda lograr êxito em uma aprovação tão suada vai viver intensamente o convívio social, assistir a todos os lançamentos do cinema ou jogos do time do coração e, muito menos, participar de todas as baladas. Contudo, é importante saber que o nosso cérebro assemelha-se uma máquina que acumula muito calor ou entra em colapso por longos períodos de funcionamento em uma só função. Há momentos em que essa máquina precisa de refrigeração ou revezamento das funções. Portanto, reserve alguns momentos para a família e os amigos, não deixe de curtir momentos de descontração e lazer, reveze o estudo das matérias ao longo do seu calendário ou ciclo de estudos. Equilíbrio é tudo para se manter um cérebro naturalmente ativo e o alto rendimento nos estudos.
*Alan Martins – Professor e coordenador da área fiscal do CERS Cursos Online. Agente Fiscal de Rendas/SP. Mestre em Direito pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Especialista em Direito Tributário.
*Este artigo corresponde ao nº 09 da série 10 passos para a Área Fiscal
Você pode se interessar por:
Siga o CERS no Google News e acompanhe nossos destaques