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GTA cria delegacia da mulher para denúncias de assédio dentro do jogo

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Publicado em 19/03/2024, às 12:40 Atualizado em 19/03/2024 às 12:42

A organização, que trabalha mundialmente para atrair mulheres para o mundo da tecnologia, criou a primeira delegacia da mulher em formato de videogame. No GTA RP, a polícia eletrônica foi criada com uma simples modificação do jogo que facilita o acesso a informações e denúncias de assédio e violência. “As punições do jogo não são suficientes. É por isso que criamos a Cyber ​​​​Police Station, que conecta os jogadores com delegacias do mundo real.”

Entenda

A proposta é que as mulheres que sofreram ou presenciaram situações de violência preservem as provas no próprio fórum e levem seus avatares ao centro de apoio, onde serão orientadas a enviar um boletim de ocorrência à Polícia Eletrônica no site oficial da polícia. É como uma reclamação normal: as informações estão sujeitas a procedimentos de investigação de incidentes policiais.

Impunidade nos games

Situações de abuso ou assédio nos jogos são recorrentes. Uma pesquisa da Sky com 4.000 mulheres gamers no Reino Unido mostra que quase 50% já enfrentaram alguma situação do tipo – e esse número sobe para 75% entre as jovens de 18 a 24 anos. “As vítimas param de jogar, entram em depressão e 1 em cada 10 cogitam o suicídio. E os agressores seguem impunes.”

Dentro dos games, as punições se resumem, basicamente, ao banimentos dos jogadores, o que não é efetivo, já que eles podem criar novos perfis. “O universo gamer muitas vezes pode facilitar que essas situações se transformem em entretenimento para o público masculino”, afirma a gamer Amanda Abreu, que já sofreu diversos episódios de assédio nos seus 10 anos jogando.

Muitas vítimas deixam de denunciar pela impunidade que rodeia esse universo. “As pessoas acham que a internet é terra sem lei e que através de perfis fakes não vão ser punidas”, diz Abreu.

Para se proteger, as jogadoras usam nomes de homem e efeitos para disfarçar a voz. “A era do silêncio acabou. Acredito que dar uma ferramenta para que as mulheres denunciem é uma forma de intimidar futuros assediadores”, afirma Brunson. Para ela, a raiz das violências está na intimidação de mulheres ocupando esse espaço, antes reservado aos homens.

A primeira e-delegacia chega primeiro ao Brasil, mas deve ser levada também para outros países. A escolha se deve ao fato de que a indústria de games brasileira está entre as que mais crescem no mundo, além dos índices alarmantes de assédio no país e ao pioneirismo na instituição de delegacias especializadas em mulheres na América Latina, criadas em 1985.

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Autor

Conteudista CERS. Estudante de Direito, Aprovada na Faculdade aos 16 anos.

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